História
Postado em 16/10/2024 às 14:46
Atualizado em 18/10/2024 às 08:40
Festa de Nossa Senhora do Rosário foi documentada pela equipe do Projeto Dossiê Taieiras e Congos de Monte do Carmo
Duranta a última semana, entre os dias 10 e 13 de outubro, a equipe do Projeto Dossiê Taieiras e Congos de Monte do Carmo esteve presente na cidade de Monte do Carmo, Tocantins, para acompanhar e documentar a tradicional Festa de Nossa Senhora do Rosário, que ocorre há mais de dois séculos na região. Coordenado pela professora Noeci Carvalho Messias, do curso de Teatro da Universidade Federal do Tocantins (UFT), o projeto que conta com a parceria da Fundação de Apoio Científico e Tecnológico do Tocantins (Fapto) tem como objetivo registrar e valorizar essa manifestação cultural afro-brasileira. O
No decorrer da pesquisa de campo, a equipe participou de diversos momentos rituais da festividade, que inclui as taieiras e os congos — grupos que, por meio de cantos, danças e percussões, relembram suas tradições afrobrasileiras ligadas à devoção a Nossa Senhora do Rosário. "A equipe acompanhou todos os aspectos da festa, desde a fazeção dos bolos e o ritual da Caçada da Rainha, até o Cortejo das rainhas e reis para a igreja, coroação e arrumação dos congos e taieiras", explicou a professora Noeci.
Além dos registros fotográficos e audiovisuais dos rituais, a equipe entrevistou detentores das práticas culturais, documentando saberes ancestrais e a participação dos mais jovens, essenciais para a continuidade dessas tradições. Entre os locais visitados, destaca-se as Ruínas do antigo arraial, onde foi construída a igreja de Nossa Senhora do Rosário, no século XVIII.
A professora Noeci enfatizou os principais objetivos do projeto, que incluem a produção e sistematização de conhecimentos sobre as Taieiras e os Congos, com a criação de um dossiê etnográfico, um catálogo de imagens e um documentário de 15 minutos. "A pesquisa contribuirá para a valorização dessa manifestação cultural, ampliando o conhecimento sobre a importância histórica, artística e etnográfica desses bens culturais e promovendo sua difusão e visibilidade, não só para a comunidade local, mas para todo o Brasil", destacou.
Entre os resultados esperados, estão a criação de um banco de dados que poderá subsidiar futuras políticas públicas de preservação e ações de salvaguarda do patrimônio cultural tocantinense.
Impacto na comunidade local
A professora também destacou o impacto positivo que o dossiê e o documentário poderão ter sobre a comunidade carmelitana. "Esses materiais reforçarão a identidade da população local, que é detentora de um saber-fazer ancestral afrobrasileiro. Isso aumentará sua autoestima e fortalecerá os vínculos sociais e o sentimento de pertencimento. Além disso, o projeto pode despertar crianças e jovens para a importância da preservação dessas manifestações culturais", afirmou.
Próximos passos do projeto
Os próximos passos incluem a sistematização dos dados coletados, a continuidade das pesquisas bibliográficas e documentais e a produção do relatório parcial. "Nosso foco agora é organizar todas as informações para a criação do dossiê e do documentário. Teremos reuniões de alinhamento para garantir a qualidade e fidelidade dos registros", explicou a coordenadora.
O Projeto Dossiê Taieiras e Congos de Monte do Carmo é uma iniciativa da Universidade Federal do Tocantins (UFT), realizada em parceria com a Secretaria de Cultura do Tocantins (Secult) e com o apoio da Fundação de Apoio Científico e Tecnológico do Tocantins (Fapto). Além disso, o projeto conta com a colaboração de pesquisadores das universidades federais de Roraima (UFRR) e de Goiás (UFG). A equipe multidisciplinar abrange especialistas de diversas áreas do conhecimento, incluindo História, Antropologia, Música e Artes Visuais. (Com informações da Assessoria de Comunicação da UFT)
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