Palmas-TO, 28 de março de 2024

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Pesquisadores desenvolvem modelo de produção de proteína animal a base de aves de peixes tradicionais

Atualizado em: 11/10/2022 10h38

Para incentivar, aperfeiçoar e dinamizar a criação de aves e peixes no cinturão agrícola de Palmas, pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT), do Instituto Federal do Tocantins (IFTO) e da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), estão desenvolvendo o Modelo de produção de proteína animal a base de aves de peixes tradicionais para esta região de produção.

A primeira etapa do projeto, que é a construção da Unidade Modelo, localizada no Câmpus da UFT, em Palmas, já está em pleno vapor. De acordo com o coordenador do projeto, professor Dr Bruno Carrilho de Castro, além de produzir os insumos, inicialmente, 15 agricultores serão acompanhados por mês, com o olhar para segurança alimentar e nutricional e geração de renda. “A intenção é fortalecer uma atividade produtiva considerada de subsistência, contribuindo para o planejamento das atividades rurais e para a comercialização, valorizando as pequenas criações das unidades de produção familiar”, pontuou o coordenador.

O grupo de pesquisadores também vai elaborar um manual com orientações técnicas para a produção de proteína animal considerando as características locais, além de assistir aos produtores que irão participar do projeto.

De acordo com o professor Dr Vaílton Alves de Faria, através da transferência de tecnologias e de assistência técnica e extensão rural adequada à realidade socioeconômica dos agricultores, a produção integrada das comunidades rurais tem grandes possibilidades de expandir e gerar lucro sustentável. “A produção de ave caipira, por exemplo, pode ser considerada promissora, pois o micro e pequeno agricultor pode utilizar esse tipo de ave para geração de proteína alimentar e também para complementação de renda”, citou o professor.

Aumento na produção 
Dados da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário apontam que 80% dos avicultores familiares produzem algum tipo de ave, frango ou ovos caipira. Desses, 56% utilizam a atividade como complementação de renda (MDA, 2019). Portanto, conforme o grupo de pesquisadores, o sistema alternativo de criação de aves caipira, ao mesmo tempo em que resgata a tradição da criação, aumenta o padrão econômico da agricultura familiar, melhorando a qualidade e aumentando a quantidade de produção.

Para Bruno Carrilho, o sistema minimiza os danos ao meio ambiente, quando se tem a preocupação de fazer as adequações necessárias a cada ecossistema onde será implantado, seja com relação às suas instalações e equipamentos, seja na forma de alimentar ou de medicar alternativamente as aves. “Outro importante fator a ser observado no sistema alternativo é a capacidade de integração da criação com outras atividades agrícolas, agroindustriais, extrativistas, pecuárias, que são costumeiramente desenvolvidas pelo agricultor familiar, o que resulta na agregação de valor e maior remuneração por produto”, ressaltou o pesquisador.

Recursos e parcerias
A execução de parte das etapas do projeto vem sendo realizada com recurso destinado por emenda parlamentar do deputado estadual Júnior Geo (PSC). A iniciativa da pesquisa acontece por meio da parceria com a Universidade Federal do Tocantins (UFT), o Instituto Federal do Tocantins (IFTO), a Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) e Fundação de Apoio Científico e Tecnológico do Tocantins (Fapto)